ATUALIZAÇÕES CIENTÍFICAS




Teste de Estímulo para Hormônio de Crescimento – GH

O hormônio do crescimento (GH) é um polipeptídeo produzido e secretado pela hipófise anterior e sua principal função é a promoção do crescimento corporal; além de participar da regulação do metabolismo de proteínas, lipídeos e carboidratos. A deficiência de GH (DGH) pode ser congênita ou adquirida. As causas congênitas são menos comuns e podem ou não estar associadas a defeitos anatômicos. As adquiridas incluem tumores e doenças infiltrativas da região hipotálamo-hipofisária, tratamento cirúrgico de lesões, trauma, infecções e infarto hipofisários ou radioterapia craniana. A DGH ocorre de maneira isolada ou em associação a outras deficiências de hormônios hipofisários.

A avaliação da produção hipofisária de GH é difícil, devido a seu padrão fisiológico de secreção pulsátil. Amostras ao acaso não são úteis, a menos que o GH esteja elevado, o que pode decorrer do estresse da própria venopunção. Deve-se dosar o GH após estímulo farmacológico (insulina, clonidina, arginina, L-dopa, glucagon).

Em crianças, os principais achados clínicos da DGH são baixa estatura e redução na velocidade de crescimento. É importante salientar que outras causas de baixa estatura, como displasias esqueléticas, Síndrome de Turner em meninas e doenças crônicas, devem ser excluídas.

Triagem ou Screening na Infância (1)
Características clínicas:

  1. Ao nascimento: defeitos de linha média, micropênis, criptorquia, hipglicemia, icterícia prolongada.
  2. Estatura abaixo de 3 DP* da média ou 1,5 DP abaixo da altura-alvo.
  3. Sem baixa estatura inicial, porém com velocidade de crescimento abaixo do percentil 25 para idade.
  4. Região frontal proeminente, baixa implantação do nariz, deposição de gordura abdominal, voz fina.
  5. IGF-1 e IGFBP3: Menores que 1 ou 2 DP para a média populacional.

Exames Confirmatórios

  1. Teste de Estímulo: arginina, clonidina, glucagon, insulina e L-dopa.
  2. Imagem da região hipotálamo-hipofisária: Ressonância Magnética

*DP: desvio-padrão

Para o diagnóstico, recomendam-se dois testes, sendo o teste com insulina considerado o padrão ouro, porém contra-indicado para indivíduos com antecedente de convulsão, acidente vascular cerebral, cardiopatia isquêmica e crianças com menos de 2 anos ou peso inferior a 20kg2. Os testes de estímulo devem ser cuidadosamente monitorados por equipe experiente. IGF-1 acima da média para idade e sexo são forte evidência contra o diagnóstico de deficiência de GH. Em pré-puberes a administração hormônios sexuais (estrógeno ou testosterona) antes do teste de estímulo tem intuito de aumentar a sensibilidade hipofisária, diminuindo respostas subnormais, mais frequentes no período pré-puberal.
Os valores de referência para os testes podem variar de acordo com o ensaio de GH e há estudos sugerindo diferentes cortes. Estudo da população nacional1 considerou como ausência de resposta, GH (pico) inferior a 5 mcg/L, durante o teste de estímulo com clonidina e insulina, utilizando ensaio quimioluminescente. Comparando com outros níveis de corte descritos na literatura científica, o estudo encontrou maiores sensibilidade e especificidade diagnósticas associados ao corte de 5 mcg/L (s:97,9% e:97,6%), que 7 mcg/L (s:97,9% e:92,4%) ou 10 mcg/L (s:100% e:76,4%)1. Outros autores citam o corte 5 mcg/L, incluindo o protocolo para investigação de baixa estatura e deficiência do hormônio do crescimento do ministério da saúde (3,4).

No adulto, os sintomas e sinais clínicos são (5):

  1. Alteração da composição corpórea;
  2. Aumento da gordura corporal;
  3. Redução da massa muscular;
  4. Redução do volume líquido extracelular;
  5. Diminuição da densidade óssea;
  6. Comprometimento do bem-estar psicológico;
  7. Diminuição da função renal;
  8. Diminuição da taxa metabólica basal;
  9. Diminuição da capacidade de exercício;
  10. Aumento da resistência à insulina;
  11. Aumento dos fatores de risco cardiovascular;
  12. Alterações da estrutura e função cardíaca.

O diagnóstico deve ser considerado em indivíduos com evidência de causa adquirida de DGH. Em pacientes com história de traumatismo cranioencefálico ou hemorragia subaracnóidea, deve-se fazer a reavaliação do eixo GH/IGF-1 após um ano do evento, pela possibilidade de recuperação da função somatotrófica a longo prazo. Os estímulos mais utilizados para os adultos são insulina, glucagon e arginina associada a GHRH, sendo considerada DGH grave, GH (pico) inferior a 3 mcg/L, para estímulo com insulina e glucagon3,4,5. No entanto, a insulina, pela hipoglicemia, está contra-indicada em pacientes idosos, além das condições citadas previamente. Na impossibilidade de sua realização, ou quando uma segunda prova de estímulo for necessária, outro teste pode ser usado. O teste provocativo com GHRH e arginina (GHRH-arginina) é considerado a alternativa de escolha (5).

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