DETECÇÃO DE CITOMEGALOVIRUS
Interpretação:
A infecção pelo citomegalovírus (CMV) é uma das infecções oportunistas mais comuns após transplante de órgãos e nos estágios finais da infecção pelo HIV. Pacientes imunocomprometidos, com AIDS, câncer (sob quimioterapia) e receptores de órgãos, podem apresentar sintomatologia severa, incluindo febre, leucopenia, pneumonia, hepatite, retinite e encefalite. A morte pode ocorrer como decorrência de complicações, incluindo co-infecção com bactérias e fungos. Em pacientes com AIDS, o CMV é também causa importante de retinite e infecções gastrointestinais incluindo esofagite, gastrite e colite ulcerativa. O CMV pode ser detectado em 0,2 a 2,5% dos recém-nascidos em decorrência de infecção congênita. Menos de 5% destes casos desenvolvem sintomas, que consistem de retardo no desenvolvimento intra-uterino, icterícia, hepatoesplenomegalia, petéquias, anormalidades no sistema nervoso central, entre outros. A sintomatologia pode evoluir a óbito nos primeiros meses, sendo mais comum, a sobrevivência com danos neurológicos. A infecção posterior ao nascimento é efetivada pelo contato próximo com indivíduos portadores do vírus, uma vez que o CMV tem sido reportado em vários fluidos corporais (saliva, urina, leite, lágrimas, fezes, secreção cervical e vaginal, sangue e sêmen). Também é importante a transmissão por transfusão sanguínea e transplante de órgãos. A técnica de PCR apresenta elevada sensibilidade e especificidade, sendo indicada nos casos de alterações neurológicas, diagnóstico pré-natal, infecção do recém-nascido, após transplante e em indivíduos portadores do HIV sendo importante também para diagnóstico precoce dos casos de reativação assintomática do vírus, já que este pode ser detectado mesmo na ausência de sintomas clínicos.